Ferreiro e Teberosky observaram que, na tentativa de compreender o
funcionamento da escrita, as crianças elaboram verdadeiras "teorias"
explicativas que assim se desenvolvem: a pré-silábica, a silábica, a
silábico-alfabética e a alfabética. São as chamadas hipóteses. As conclusões desse estudo são importantes do ponto de vista da prática
pedagógica, pois revelam que os pequenos já começaram a pensar sobre a
escrita antes mesmo de ingressar na escola.
Aqueles que não percebem a escrita ainda como uma representação do
falado têm a hipótese pré-silábica. Ela se caracteriza em dois níveis.
No primeiro, as crianças procuram diferenciar o desenho da escrita,
identificando o que é possível ler. Já no segundo nível, elas constroem
dois princípios organizadores básicos que vão acompanhá-las por algum
tempo durante o processo de alfabetização: o de que é preciso uma
quantidade mínima de letras para que alguma coisa esteja escrita (em
torno de três) e o de que haja uma variedade interna de caracteres para
que se possa ler. Para escrever, a criança utiliza letras aleatórias
(geralmente presentes em seu próprio nome) e sem uma quantidade
definida.
Quando a escrita representa uma relação de correspondência termo a termo
entre a grafia e as partes do falado, a criança se encontra na hipótese
silábica. O aluno começa a atribuir a cada parte do falado (a sílaba
oral) uma grafia, ou seja, uma letra escrita.
A hipótese silábico-alfabética corresponde a um período de transição no
qual a criança trabalha simultaneamente com duas hipóteses: a silábica e
a alfabética. Ora ela escreve atribuindo a cada sílaba uma letra, ora
representando as unidades sonoras menores, os fonemas. Quando a escrita
representa cada fonema com uma letra, diz-se que a criança se encontra
na hipótese alfabética. Nesse estágio, os alunos ainda apresentam erros ortográficos, mas já
conseguem entender a lógica do funcionamento do sistema de escrita
alfabético.
O professor deve realizar a primeira sondagem no início do período letivo e, depois, ao fim de cada bimestre, mantendo um registro criterioso do processo de evolução das hipóteses de escrita das crianças. Ao mesmo tempo, é fundamental uma observação cotidiana e atenta do percurso dos alunos.
O professor deve realizar a primeira sondagem no início do período letivo e, depois, ao fim de cada bimestre, mantendo um registro criterioso do processo de evolução das hipóteses de escrita das crianças. Ao mesmo tempo, é fundamental uma observação cotidiana e atenta do percurso dos alunos.
Resumindo:
As estapas da alfabetização constituem-se em:
- pré-silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;
- silábica: interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma;
- silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas;
- alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas.
http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/alfabetizacao-inicial/conhecer-nova-turma-431205.shtml
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